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segunda-feira, 19 de março de 2012

Mês Marvel - Dia 15 - 'Mutantes' parte 1



X-men's mostrando que querem estar no Mês Marvel!

Tudo começou em setembro de 1963, quando a editora norte-americana Marvel Comics lançou a revista The X-Men, embalada que estava pelo sucesso crescente de sua linha de super-heróis, casos de Homem-Aranha, Thor, Incrível Hulk e Quarteto Fantástico, entre outros tantos. Todos esses personagens foram idealizados pelo editor e roteirista Stan Lee, contando com a colaboração de alguns grandes desenhistas do meio, como Jack Kirby e Steve Ditko.

O que diferenciava, essencialmente, os quadrinhos da Marvel daqueles feitos pela concorrência era o fato de seus protagonistas serem bem parecidos com os leitores, padecendo dos mesmos problemas, angústias e defeitos. Ao contrário de
Superman, por exemplo – que parecia ser tão invulnerável aos problemas mundanos quanto o era para as balas de um revólver – Peter Parker, a identidade verdadeira do Homem-Aranha, sofria para conciliar sua vida amorosa, seus deveres de escola, a falta de dinheiro, o aluguel da casa e sua carreira de combate ao crime. Esse tipo de abordagem gerou uma identificação até então inexistente entre leitores e personagens e, de repente, as revistas em quadrinhos (comic books para os americanos) deixaram de ser apenas um subproduto literário infantil para tornarem-se objeto de desejo dos adolescentes e jovens adultos – estes, egressos de universidades, ávidos a tornarem teses de mestrados as estripulias pseudopsiquiátricas de um Hulk ou Homem-Aranha.

E como todo mundo sabe, no mundo dos negócios, o sucesso “pede” mais sucesso, assim Lee já estava pensando no próximo grande hit a lançar nas prateleiras de revistas: “Após bolar um superdeus, um monstro verde e um sujeito que escalava paredes; esgotei meu repertório de invencionices. Daí, eu resolvi que seria mais fácil criar um bando de jovens que já nasciam com seus poderes!” – lembrou desdenhosamente Stan Lee, certa vez. O título The X-Men apresentava seres que já nasciam com superpoderes, oriundos da radioatividade a que seus pais teriam sido expostos. Ou seja, eram “herdeiros” legítimos da “Era Atômica” (como foram historicamente definidos os anos 50 e 60, que viviam sob a sombra de uma guerra nuclear entre Estados Unidos e a – hoje extinta – União Soviética).

O “X” era um trocadilho para poderes eXtras, e também para confirmar que agiam sob a supervisão do cientista e “telepata” mutante
Charles Xavier – o mentor da equipe. Os X-Men eram formados por adolescentes com habilidades distintas e treinados por Xavier para proteger a humanidade que tanto os temia. Xavier acreditava que só assim poderiam conquistar a confiança da raça humana e poder, um dia, viverem em comunhão. Os integrantes originais eram:
Jean Grey, a Garota Marvel, com poderes de telecinésia e telepatia (assim como o professor). Scott Summers, o Ciclope, um jovem que controlava os terríveis raios ópticos através de óculos feitos de quartzo rubi. Hank McCoy atendia por Fera, pois era ágil e forte como um macaco. Warren Worthington III era um jovem muito rico e de boa aparência, apropriadamente cognominado de Anjo, mesmo porque possuía um par de asas. E, finalmente, o mais novo membro – com apenas 16 anos – Bobby Drake, o Homem de Gelo.

Certa vez, o co-criador da série, Jack Kirby, comentou sobre a gênese dos X-Men: “Havia passado pouco mais de 15 anos desde Hiroshima. O homem descobrira há pouco que podia retirar energia elétrica de uma usina nuclear. Não sabíamos ao certo o que a radioatividade podia fazer com as pessoas, só tínhamos visto o que aconteceu com a população de Hiroshima! Mas, talvez, ela também pudesse ser benéfica! Ela ainda não havia sido totalmente explorada!”

Lee e Kirby fizeram boas histórias enquanto estiveram no título. Até hoje, os principais conceitos e personagens inseridos por eles são os mais aproveitados nas revistas e mesmo no cinema, como o arquiinimigo
Magneto, a Irmandade de Mutantes, o poderoso Fanático e os gigantescos Sentinelas. Mas após o frenesi inicial, Lee e Kirby passaram a se ocupar de outras séries, deixando o título em mãos, se não menos hábeis, com certeza nada adequadas à empreitada de manter o pique da revista, que acabou oscilando bons momentos com períodos medíocres durante o decorrer da década.


Mas então, perto da virada para os anos 70, a dupla
Roy Thomas (roteiro) e Neal Adams (arte) criou uma seqüência de belas histórias que, entre outras coisas, introduziu o herói Havok (Destrutor) – detentor de um dos uniformes mais legais dos quadrinhos – e chamou mais uma vez a atenção do público e da crítica especializa para os mutantes da Marvel. Infelizmente, assim como Lee e Kirby haviam feito anos antes, a nova dupla também partiu para novas paragens. Como a revista voltara a vender bem, a editora continuou a publicá-la, mas então, apenas reprisando material antigo. Mas logo, as coisas iriam mudar para os X-Men... e para melhor!
Continua amanhã...

Um dos meus personagens preferidos do mundo dos X-men: Gambit.


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