Continuação da matéria de ontem:
Em 1972, Stan Lee foi promovido a Publisher pela diretoria da Marvel, e Roy Thomas assumiu a posição de Editor-Chefe, numa sucessão que pareceu bem natural à época, devido à proximidade e amizade entre os dois profissionais – embora Thomas confessasse, anos depois, que não se sentia confortável na nova posição burocrática. Thomas ficaria pouco tempo no cargo, mas antes de resignar, teve uma importante conversa com o jovem roteirista Len Wein: “Nós falamos sobre criar um personagem canadense, pois nossas revistas vendiam muito naquele país. Eu achei que ´Wolverine´ era um bom nome, pois queria que ele fosse um sujeitinho briguento. A partir daí, deixei por conta de Len.” Assim, o roteirista introduziu o tal Wolverine na última página da revista Incredible Hulk #180 (outubro de 1974) – apresentado como a secreta “Arma X” do governo do Canadá. Wolverine era ágil, feroz, tinha fator de cura (que o sarava rapidamente de qualquer ferimento) e possuía três garras afiadas de Adamantium – o metal mais duro do mundo, só existente no Universo Marvel – em cada uma das mãos.
O Presidente da Marvel, Al Landau, encabeçava a Trans World Features Syndicate, uma organização que licenciava quadrinhos americanos para o resto do mundo, e achou que a Marvel poderia se aproveitar disso e criar uma série com personagens oriundos de diversos países para, assim, realizar grandes vendas. De imediato, Thomas lembrou da série Blackhawk (“Os Falcões” pela EBAL e “Falcões Negros” pela Editora Abril), uma esquadrilha de aviadores criada por Will Eisner e Chuck Cuidera, onde cada membro era de uma etnia diferente. A sugestão de Thomas era aplicar o conceito num revitalizado grupo dos X-Men.
Proposta aceita, o editor mais uma vez passou as diretrizes a Len Wein e ao desenhista Dave Cockrum, para logo em seguida, demitir-se do cargo de editor-chefe – que passou a Wein. Por ironia, Wein acabou não levando em conta a principal ordem da editora: a de se criar personagens oriundos de países onde as vendas da Marvel fossem maiores. Caso contrário, heróis como Colossus (da Rússia), e Tempestade (do Quênia) jamais veriam a luz do dia. Junto com Cockrum, que era famoso pela facilidade em criar uniformes, Wein idealizou os X-Men ainda com: Noturno (Nightcrawler, no original em inglês), uma aberração originária da Alemanha com poder de teletransporte; Wolverine, do Canadá; Pássaro Trovejante (Thunderbird, no original), um superíndio Apache; os já comentados Colossus (um jovem com uma pele de aço) e Ororo, capaz de controlar o clima; além de dois ex-inimigos: Banshee, o gritador escocês e Solaris (Sunfire, no original), proveniente do Japão. A primeira missão destes novos mutantes se deu em Giant-Size X-Men #1 (maio de 1975) e foi um sucesso instantâneo, encorajando a editora a criar, mais uma vez, histórias inéditas para os X-Men.
Como Wein também escrevia o gibi do Incrível Hulk e suas funções como Editor-Chefe lhe tomavam muito de seu tempo, “passou a bola” dos X-Men para seu assistente Chris Claremont. Este, oriundo dos palcos de teatro, tinha uma veia dramática bem apurada, e escreveu as aventuras dos Novos X-Men ininterruptamente por cerca de 17 anos, transformando a revista no maior sucesso comercial das décadas de 1980 e 1990 – o que o fez receber o carinhoso apelido de “Senhor X”. Ou conforme as próprias palavras de outro Editor-Chefe da Marvel, o enérgico Jim Shooter: “Chris era grande... foi ele quem construiu a franchise X-Men!”
E se o grande número de personagens obrigava o autor a trabalhar as personalidades dos mesmos de um modo mais lento que, por exemplo, Stan Lee em séries como as de Quarteto Fantástico e Homem-Aranha – onde desde o princípio já se era possível identificar as características dos heróis –, por outro lado, as caracterizações intrínsecas dos X-Men agradavam e divertiam os leitores, gerando uma compulsão generalizada de se comprar todos os meses o título: “O truque com os X-Men era que você não conseguiria ler apenas um número. Sempre tinha alguma coisa interessante que o fazia desejar comprar a edição seguinte!” – argumentou Claremont, com satisfação.
Em X-Men #108 (dezembro de 1977) John Byrne assumiu o lugar de Cockrum e o título ganhou mais notoriedade, devido, principalmente à sua arte elegante e, ao mesmo tempo vigorosa. Prova disso, é que a partir da edição 112 (agosto de 1978) a revista passou a ser mensal. No mês seguinte, o crédito da história já apontava Byrne como co-planejador das tramas.
O Presidente da Marvel, Al Landau, encabeçava a Trans World Features Syndicate, uma organização que licenciava quadrinhos americanos para o resto do mundo, e achou que a Marvel poderia se aproveitar disso e criar uma série com personagens oriundos de diversos países para, assim, realizar grandes vendas. De imediato, Thomas lembrou da série Blackhawk (“Os Falcões” pela EBAL e “Falcões Negros” pela Editora Abril), uma esquadrilha de aviadores criada por Will Eisner e Chuck Cuidera, onde cada membro era de uma etnia diferente. A sugestão de Thomas era aplicar o conceito num revitalizado grupo dos X-Men.
Proposta aceita, o editor mais uma vez passou as diretrizes a Len Wein e ao desenhista Dave Cockrum, para logo em seguida, demitir-se do cargo de editor-chefe – que passou a Wein. Por ironia, Wein acabou não levando em conta a principal ordem da editora: a de se criar personagens oriundos de países onde as vendas da Marvel fossem maiores. Caso contrário, heróis como Colossus (da Rússia), e Tempestade (do Quênia) jamais veriam a luz do dia. Junto com Cockrum, que era famoso pela facilidade em criar uniformes, Wein idealizou os X-Men ainda com: Noturno (Nightcrawler, no original em inglês), uma aberração originária da Alemanha com poder de teletransporte; Wolverine, do Canadá; Pássaro Trovejante (Thunderbird, no original), um superíndio Apache; os já comentados Colossus (um jovem com uma pele de aço) e Ororo, capaz de controlar o clima; além de dois ex-inimigos: Banshee, o gritador escocês e Solaris (Sunfire, no original), proveniente do Japão. A primeira missão destes novos mutantes se deu em Giant-Size X-Men #1 (maio de 1975) e foi um sucesso instantâneo, encorajando a editora a criar, mais uma vez, histórias inéditas para os X-Men.
Como Wein também escrevia o gibi do Incrível Hulk e suas funções como Editor-Chefe lhe tomavam muito de seu tempo, “passou a bola” dos X-Men para seu assistente Chris Claremont. Este, oriundo dos palcos de teatro, tinha uma veia dramática bem apurada, e escreveu as aventuras dos Novos X-Men ininterruptamente por cerca de 17 anos, transformando a revista no maior sucesso comercial das décadas de 1980 e 1990 – o que o fez receber o carinhoso apelido de “Senhor X”. Ou conforme as próprias palavras de outro Editor-Chefe da Marvel, o enérgico Jim Shooter: “Chris era grande... foi ele quem construiu a franchise X-Men!”
E se o grande número de personagens obrigava o autor a trabalhar as personalidades dos mesmos de um modo mais lento que, por exemplo, Stan Lee em séries como as de Quarteto Fantástico e Homem-Aranha – onde desde o princípio já se era possível identificar as características dos heróis –, por outro lado, as caracterizações intrínsecas dos X-Men agradavam e divertiam os leitores, gerando uma compulsão generalizada de se comprar todos os meses o título: “O truque com os X-Men era que você não conseguiria ler apenas um número. Sempre tinha alguma coisa interessante que o fazia desejar comprar a edição seguinte!” – argumentou Claremont, com satisfação.
Em X-Men #108 (dezembro de 1977) John Byrne assumiu o lugar de Cockrum e o título ganhou mais notoriedade, devido, principalmente à sua arte elegante e, ao mesmo tempo vigorosa. Prova disso, é que a partir da edição 112 (agosto de 1978) a revista passou a ser mensal. No mês seguinte, o crédito da história já apontava Byrne como co-planejador das tramas.
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